domingo, 14 de novembro de 2010

Antes disso ...

Antes disso meu silêncio era maior, bem maior que esse silêncio que se fez nesta mesa, em pleno aniversário da matriarca da família. Mãe no mais ávido sentido da palavra Mãe. E se fez aquele silêncio. Eu já ouvi falácias que ecoam por ai, e nas andanças algumas já pude vivenciar. Uma delas é a que diz que : - Um casal,e ou, mais de uma pessoa sentadas à mesa sem pronunciar qualquer palavra, alguma coisa falta para estar tudo bem. O momento era ótimo. Boa comida, mesa farta. E o silêncio imperava, insistia em permanecer silêncio. Me intrigava uma coisa; ha muito não vivia momento de tamanha paz. Sublime, lindo silêncio de três pessoas. Bem "mais ótimo" do que o silêncio que tenho percebido nos últimos tempos; como por exemplo a companhia de um dono de ipod. Como se cada um estivesse vivendo seu silêncio coletivo. Penso logo se estivessemos na amazônia,como aquele pessoal antigo que sempre morou por lá. - Então somos Ìndios, estamos em uma canoa descendo ou subindo o rio e não existe comunicação nenhuma. Avistamos uma cachoeira, não desprezível queda d'água, vamos em sua direção e a única coisa que se ouve são os fones de ouvido expulsando seus graves e agudos que insistem em não passar despercebido, independente qual tribo você esteja ligado. O fone do "Ìndio Bilu" é o que se destaca, e de lá só se ouve : "I gotta feeling", Black Eyed Peas (Grupo de sucesso em todo o mundo). E ao som deste hit do momento, vivemos a euforia de descer tamanha cachoeira, nos comunicando pelo olhar, pelos gestos, sem nenhuma palavra dizer pois, se fez valer esse silêncio coletivo, que hoje em dia me parece muitos praticarem. Se vamos nos sair bem dessa, se vamos nos safar desta enrascada, pouco importa, o que vale é estarmos preparados para o próximo download. Afinal de contas, não será a última, nem tampouco a primeira vez que praticar o silêncio vai nos ser uma opção. Praticar talvez, estar não.